Pra começo de conversa, uma definição: sou absolutamente
contra experiências científicas em animais.
Quando falo de matérias de órgãos de imprensa comprometidos
com a empresa, refiro-me àquela velha prática de ouvir um lado só, de sequer
tentar compreender que o lado que se está defendendo comete, sim, uma prática
no mínimo aética. Virando a moeda, ainda se vê na grande maioria dos ativistas
uma forma muito exaltada de discursar, de argumentar e justificar seus atos
que, por mais extremados que sejam, são lícitos e louváveis.
É preciso falar claramente, explicar com calma, no detalhe,
sem euforia e sem paixão. Deve-se lembrar a todos o que são maus-tratos, o que
é crueldade, porque tem gente que não entende ou não sabe mesmo o que é. Por
exemplo, a própria direção da empresa, quando diz, nos comunicados oficiais, que
os animais eram tratados muito bem, eram alimentados corretamente e estavam
saudáveis.
Como assim, cara pálida???
Está aí a diferença que ninguém enxerga ou não quer ver nem
saber: estariam bem tratados animais submetidos a testes com substâncias que os
deixam drogados, cegos, obesos? Não seria cruel tirar-lhes a pele, causar-lhes
dores alucinantes, congelá-los em nitrogênio, torná-los mutilados? É mesmo
possível considerar normal infectá-los com vírus e bactérias? Aplicar-lhes
radiação periodicamente para verificar o seu limite? Os gritos que se ouviam
diariamente no entorno da empresa eram de quem? Dos funcionários, se
divertindo?
Por tudo isso, no Instituto Royal, eram utilizados cães da
raça Beagle, cuja principal característica de temperamento é a docilidade.
Imagine, caro leitor, o bicho suportar todas estas atrocidades sem reagir. E no
caso específico do instituto ainda se escutavam os tais gritos.
Então, repito: como assim, cara pálida, estes animais eram
bem tratados???
Ora, convenhamos: sob este aspecto o Brasil engatinha, se
comparado a países europeus onde já são proibidos produtos de empresas que
fazem experimentos em bichos. E juro que me surpreendo ao ver “cientistas”
renomados(?) botando a cara na TV para lamentar que a ciência dá um passo atrás
com a ação ocorrida no Instituto Royal. O Brasil está muitos passos atrás nesta
questão, justamente por insistir nesta prática ignóbil.
Já comentei sobre isso hoje numa postagem do Facebook e
repito aqui: há muito interesse político
e mercadológico nos bastidores deste atraso, fora a ignorância básica de
gente que ainda acredita que ciência se faz com crueldade. Digo isso porque sou
testemunha de uma decisão que deu fim a testes com animais no UniFOA, instituição
onde trabalho, em Volta Redonda. Desde 2007 não se utilizam mais animais
domésticos em experimentos nos laboratórios dos cursos de saúde e, para tanto,
bastou apenas vontade e uma portaria assinada pelo presidente da mantenedora. Houve
muita reação adversa, mas rapidamente se entendeu que os métodos alternativos
funcionam muito bem.
A ação dos ativistas serviu para chamar a atenção sobre o
tema, mas é preciso fazer o assunto circular, aproveitar a oportunidade para
disseminar a informação. A direção do Instituto Royal informou em nota que vai
continuar a usar animais e não se pode cruzar os braços agora, que o alerta foi
dado e com grande e necessário estardalhaço.
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Um comentário:
Depois ve esse video:
http://www.youtube.com/watch?v=WDIz7mEJOeA
Adorei o post, bjs.
Cintia
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