20 de junho de 2016

Novas noites de domingo

Fica o cheiro na face, na mão, e o gosto tão conhecido de beijo e carinho, depois que ele vai embora.

Fica um ar triste, melancólico, o olhar perdido, parado no tempo, depois que ele vira aquela esquina.

Fica um andar arrastado, a mente parada, o choro travando a garganta, quando fecho a porta atrás de mim.

Fica a falta do lanche compartilhado, das boas conversas e das muitas risadas, quando sento à mesa da cozinha.

Fica a lembrança da cumplicidade, das trocas de olhares e dos segredos guardados a dois, quando revejo suas fotos.

Fica a vontade de ouvir os passos trôpegos na escada, o som alto no banheiro, o jeito tão engraçado de me chamar, que ouço mesmo na sua ausência.

Fica uma saudade imensa de um passado que jamais volta, que agora é só memória, mas ao mesmo tempo uma felicidade que nem me cabe, pelos novos tempos de agora; por isso preciso me reinventar a cada minuto.

Ficam a ansiedade e a angústia, ao passar das horas, a espera que você ligue de lá e diga: “Cheguei em casa.”
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