22 de janeiro de 2013

Os nomes dos bichos

Sempre dei nomes aos meus animais inspirada nas características de cada um. Pela cor, pelo tamanho, pelos olhos, pelo olhar. O jeitinho que o bicho me olha me traz um nome. Ou seu comportamento. Arteiro, tranquilo, sisudo, bravo, manso, tudo isso pode influenciar na escolha. Foi assim com o Muggi, o cão que conviveu comigo por quase quinze anos. Quando o levantei nas mãos pela primeira vez e vi aquele par de olhos pretos sofridos, disse “você tem cara de Muggi”. E foi também deste jeito com o Bijou, que peguei bem filhotinho, e tinha um olhar do qual não me esqueço. A gata Zoraide, na minha casa há dois anos, ganhou este nome pela aparência geral. Branca e marrom, olhos azuis, tem uma postura meio moura, séria, parece um tanto doida, sabe, tem cara de Zoraide, vai-se saber por que.

Se pudesse, gostaria de ter mais animais para homenagear pessoas que gosto. Não sou da opinião que seja ofensivo dar nome de gente aos bichos. São tão queridos, que não rola esta de ofensa, mas, homenagem. Minha cadela, Bernadete, já se chamava assim quando foi adotada. Coincidentemente tem o mesmo nome da minha ex-sogra, o que causou certo constrangimento no início. Porém, vamos combinar que sogra não é o tipo de parente que se homenageia dando o nome dela um animal de estimação. Se bem que, pensando melhor, talvez desse o nome da minha sogra atual, Inayá, a uma grande gata angorá, toda branca, bem lindona. Ótima combinação.

Por outro lado, já não daria a um bicho o nome da minha mãe. Primeiro, porque Cecília não combina com qualquer animal, seja canino ou felino. Depois, creio que ela ficaria uma fera comigo. Mas chamaria a um gato pelo nome do meu pai, Geraldo. Poderia ainda dar nomes de parentes que gosto muito. Por exemplo: chamaria de Zequinha a um cãozinho pequeno e serelepe; Tião seria um gato forte e bem peludo; Iracema e Onofre combinam também com gatos; Nete seria o nome de uma cadela grande, magra, sensível, meiga e muito companheira. Aliás, se cães são nossos melhores amigos, por que não homenagear os amigos humanos? Nomes que me vêm agora à mente combinam com bichos: Cintia cairia bem numa mini Poodle muito dengosa; Leslie lembra Lassie, mas imagino este nome numa Weimaraner e não numa Collie; e o meu amigo Vlad seria homenageado caso tivesse um Rottweiler.


Já tive Black (que não era preto) e Freeway, nome escolhido pela minha irmã, fã da série Casal 20, que tinha um cãozinho com o mesmo nome. Já tive duas cadelas que se chamaram Peri, apesar de o nome ser masculino. E hoje, além da Bernadete e da Zoraide, tenho a Flora, gata que adotei há dois anos. Ela foi abandonada com outros irmãos em uma caixa de papelão e quando fui conhecê-la todos estavam nomeados: Flora, Gil, Nana, Preta, ou seja, uma divertida homenagem a Gilberto Gil e família. Pra quê mudar, né? Minhas sobrinhas tiveram um cão Beagle ao qual deram o nome de Giovani, porque eram apaixonadas pelo nosso jogador de vôlei. Minha mãe teve um gato chamado Sivuca, não sei se em homenagem ao sanfoneiro nordestino, mas que bicho e nome se encaixaram redondinho, não há dúvida.

Por serem criaturas adoráveis, a quem dedicamos amor incondicional, damos a elas nomes especiais ou de pessoas especiais. Com exceção dos que ainda pensam que animal é coisa, escolhe-se a forma de chamá-los sempre com carinho. Tem gente que leva semanas para encontrar o nome ideal para seu bicho de estimação. Um tempo atrás adotei um cão pretinho, mestiço de Basset. Ficamos um fim de semana inteiro num brainstorm incansável, até decidirmos que se chamaria Barack, em homenagem àquele que na época estava em campanha para o que seria o seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos. E lendo as notícias da posse de Obama para mais quatro anos, lembrei do meu Barack, sumido há mais de três meses. Nomes marcam. Os dos bichos também.
.
.
. 

4 comentários:

Urbano Gonçalo de Oliveira disse...

Olá!
Também sou um pouco assim!
Tenho um novo cachorrinho há pouco, ia dar-lhe o nome de Pix, mas deixei a filhota mais velha chamar-lhe Pepper por causa de ser esse o nome do cão do seu idolo Justin Beaver. De qualquer modo o importante é o prazer que eles nos dão, não é?!!
Fica bem, bom fim de semana, aparece quando quiseres, serás bem vinda.

Luciano Neto disse...

O meu falecido cão se chamava Nero em homenagem ao grande Imperador. Ah, adoro lagartixas, tem uma que sempre aparece no meu quarto, eu a chamo carinhosamente de Josefina.

Thayra Azevedo ♥ disse...

Lendo a crônica "Os nomes dost bichos" senti falta do Barack... ele ainda está sumido? :( Ah eu conheço cadelinhas com nome de Thayra... depois disso me senti honrada rsrs

Wellington Morais disse...

Muito bom texto Giovana! Agora fiquei bem curioso! Para qual bicho meu nome caíria bem?! Acho que para nenhum né?! Kkkkkk