A frase me fez voltar a refletir sobre a falta de
iniciativa de milhares de mulheres que ainda não procuram controle médico
regular, bem como aos muitos serviços de saúde por este Brasil afora que ainda
não conseguem atingir a todas e todos. E morre muita mulher vítima de câncer de
mama no país por pura ignorância de pacientes e inoperância das autoridades
neste setor.
Escrevi um tempo atrás sobre mulheres que nunca vão ao ginecologista – disse nunca – e que jamais se interessaram em tocar a
própria mama. São refratárias; simplesmente cegas e surdas a todos os apelos
das campanhas de prevenção que pipocam nas mídias. Sabem que o câncer de mama
existe, mas não querem saber.
Por outro lado, há as que conhecem o problema, já
conviveram com ele de alguma forma, se autoexaminam e frequentam seus médicos
regularmente, no entanto fazem isso em silêncio. Cumprem
a obrigação de se cuidarem e acabou. Sabem, mas sabem só para si próprias que o
câncer de mama existe.
É preciso saber que ele existe, sim, mas é preciso
aprender a se proteger e é preciso aprender a proteger às outras também. Não basta
saber que a amiga venceu o câncer, chamá-la de guerreira (uhuuu!) e pronto, já
colaborei. O câncer de mama é a doença que mais mata mulheres em todo o mundo,
portanto é um problema nosso, não só meu, nem só seu. É preciso juntar mais
vozes nesta campanha, que tem seu ápice no mês de outubro, mas que durante todo
o ano necessita de um coro afinado, conclamando a mulherada para que se previna
sem medo, sem constrangimento. Esta responsabilidade é de todos. Minha e sua.
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