22 de outubro de 2010

Li no blog Letra em Pó

De Gil Rosza

Em vista do que andou circulando por aí nas últimas semanas, fico pensando quantos eleitores deste país realmente sabem de fato que o Estado brasileiro é constituído por Três Poderes, sendo que o cargo eletivo de presidente corresponde à uma vaga de chefe do Poder Executivo e que este funcionário público não governa o país sozinho?A menos que se esteja vivendo num caudilhismo, não deve ser atributo dele decidir arbitrariamente a vida de homens e mulheres livres, passando por cima de direitos individuais adquiridos constitucionalmente.

Se o que estou dizendo for razoável, então pergunto_ que história é essa de alguns exigirem do candidato “X” ou “Y”, a publicação de uma carta aberta à nação, se comprometendo com as doutrinas religiosas deles ou com um jeito único de se enxergar vida e morte?

Isso também me leva a pensar como seria uma “democracia” onde, de repente, um cidadão que se declarasse publicamente ateu, evolucionista, gay, lésbica, praticante de alguma religião oriental não cristã ou de raiz africana, corresse o risco de ser enquadrado em algum artigo envolvendo contravenção?

Digo mais_ que tipo de respeito às individualidades seria, uma em que o direito de ser dono(a) do próprio corpo não estaria mais disponível como parte de uma escolha pessoal adulta e responsável, mas à mercê de uma imposição tutelada pelo Estado, baseada num único ponto de vista religioso? Que espécie de partido, político ou eleitor, que apesar de estarmos tão distante de uma Inquisição medieval ou de uma ditadura militar, de direita ou esquerda, ainda não entendeu que a defesa de um Estado laico é que é uma demonstração viva de maturidade democrática?

Um comentário:

Anônimo disse...

É isso aí Gil. Daí a importância do estado Laico. O populacho finca o pé em suas convicções políticas e religiosas e algumas lideranças políticas utilizam isso para controle dessa manada.