O cenário é uma festa. A amiga faz 45 anos e convida a turma para comemorar. Na mesa da cozinha estão os belisquetes; no fogão, um panelaço de caldo; nas mãos, copos de cerveja e de whisky; no ar, aquele burburinho de vozes de mulheres falando um monte de abobrinhas ao mesmo tempo. O som das gargalhadas prova o quanto é bom reunir a galera de vez em quando para curtir um pouco de leveza, algo que o dia a dia corrido e estressante nos tira sem dó.
Pois é. Mas esse prazer tem fim, principalmente quando é convidado para a festa um candidato a deputado em plena campanha. E ele vai. E aparece tarde, depois que todo mundo já bebeu um bocado e não está mais interessado em falar sério. O resultado: ele espanta o bolinho, claro. Com certeza você, caro leitor, já presenciou cena semelhante em outros lugares, outras situações, mas o candidato parece até que é o mesmo, não é?
Eles têm sempre a mesma característica: desconfiômetro pifado. O foco na campanha é tanto e tão exagerado, que bom senso e elegância ficam em 15º plano. Não sabem conversar sobre outro assunto, a não ser falar deles, como resolveram se candidatar, como está a campanha, o que têm feito. E, vamos combinar, como é difícil acreditar em tudo o que se ouve nessas ocasiões.
No caso em questão – a festa de aniversário – as mulheres, que tratavam dos assuntos de interesse geral antes da chegada do candidato, foram saindo, uma a uma, de fininho. Mudaram de ambiente, foram para a sala, de onde se podia ouvir novamente o burburinho, as risadas. Na cozinha, sono, muito sono. E o cara não parava de falar. Como tantos outros que conheço, creem com todas as forças do coração que o que dizem é sensacional; e falam, esperando que alguém se convença de que eles são a mais recente maravilha do mundo moderno.
Nós, eleitores, precisamos ter muita paciência nesse período, pois é difícil até mesmo ter educação para não virar para o candidato e dizer “Você não se manca? Deixa de ser chato! Estamos numa festa!” Mas, o bom comportamento ensinado por mamãe determina que devemos esperar o momento oportuno, justificar o cansaço, o sono, uma ida ao banheiro e sair, de fininho, para não mais voltar. Ufa!
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4 comentários:
Realmente é o exercício da paciência aguentar a ladainha pré- eleitoral.
E quando eles inventam de atrapalhar o trânsito pra fazer campanha?
É complicado mesmo, não bastasse ter de conviver com a poluição visual e sonora que eles causam, ainda temos que suportar a inconveniência (isso pra não dizer as promessas que nunca se realizarão, como bem sabemos...).
Tem faltado tempo para atualizá-los, mas quero deixar aqui também os links dos meus sites, aqueles que você me pediu :)
http://leilimar.multiply.com
http://fisio-vida.blogspot.com
obs: desculpe o post duplo, problema no navegador rsrs
Abs
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