Uma luz no fim do túnel
A I Conferência Municipal de Cultura de Volta Redonda, enfim, foi realizada. Perdemos o bonde, não realizamos esse encontro há dois anos, como a maioria dos municípios, mas nunca é tarde. Começamos agora a discutir a cultura da nossa cidade de forma civilizada, democrática e inteligente. E, esperamos todos que esse tenha sido apenas um primeiro passo.
A Conferência aconteceu sexta e sábado, 30 e 31, na Câmara Municipal. Foram inscritos 134 participantes, que assistiram à abertura solene e, após, apreciaram e votaram o Regimento Interno.
A partir daí, pude observar quem realmente está interessado na cultura da cidade. Na hora de ouvir as preleções sobre os cinco eixos temáticos havia ‘quase’ meia dúzia de artistas pingados, porém firmes e fortes.
Uma prosa muito mais interessante que os eixos temáticos
Veja uma demonstração dessa falta de interesse. Observe a foto acima. Esses dois homens entabulam animada conversa, enquanto o representante secretaria de Cultura do Estado, Zeca Barros fala sobre o eixo Produção simbólica e diversidade cultural. Fiquei olhando a cena durante muito tempo. Os dois conversam como se não existisse mundo em volta deles, como se não houvesse mais gente por perto, interessada em ouvir o Zeca. Note que as poltronas próximas estão vazias. Não estavam antes. Foram esvaziando rapidamente, pela impaciência dos ouvidos prejudicados com o papo. E os companheiros aí não ouviram o Zeca. Terminaram de papear e foram embora.
Vi também muita divergência entre interesses meramente politiqueiros e vontades sinceras de promover a cultura em Volta Redonda. Para quem observa de fora é bem claro o posicionamento desses lados distintos. Pode ser simplesmente distinção de interesses, ou um traço deixado pelo atraso inexplicável no apoio à organização e mobilização cultural na cidade.
Ana Lúcia Pardo, do MinC: "“É lamentável. Estamos numa Casa Legislativa e não vemos nenhum legislador por aqui”
Voltemos ao que realmente importa: ouvimos informações importantes sobre Produção simbólica e diversidade cultural; Cultura, cidade e cidadania; Cultura e desenvolvimento sustentável; Cultura e economia criativa; Gestão e institucionalidade da cultura. Exercitamos ativamente a democracia, o debate público, usamos e abusamos do espaço aberto para a discussão livre, escolhas livres, ânimos exaltados, movidos pelo desejo de participar.
A formação da unidade a partir das divergências é sinônimo de crescimento e é bom demais ver e viver tudo isso. Uma oportunidade que nossos pais ou nossos avós não tiveram, infelizmente.
No sábado, após as discussões dos cinco eixos pelos grupos, as proposições foram discutidas e aprovadas. A I Conferência Municipal de Cultura de Volta Redonda elegeu cinco delegados da sociedade civil, que vão levar essas propostas à Conferência Estadual.
Ao final das contas, a esperança de ver Volta Redonda sair da fazeção de shows e avançar para a promoção de cultura. A distância é longa e é pra isso que existe a Conferência. E não faltaram sugestões e propostas neste sentido. Só faltou mesmo uma coisa: o secretário municipal de Cultura, Moacir de Carvalho. Perdeu.
.
3 comentários:
"Só faltou mesmo uma coisa: o secretário municipal de Cultura"
Lamentável!
Não pude ir também, uma pena! Estava com muita vontade participar. Muita vontade MESMO!
Infelzimente Querer, neste caso, não foi Poder... rs
hahahahaha
"Só faltou mesmo uma coisa: o secretário municipal de Cultura"
Como diz o Jader, Lamentável!
Mas não inesperado, na verdade ele não estava muito por dentro da conferência, para ele isso não é importante, eu penso. Nem vou falar onde ele poderia estar nessas horas... rsrsrs
Mas, tenho certeza que os artistas que foram estavam mesmo com vontade, vi muita gente brigando por isso.
Oi, Giovana,
Que bom conhecer o seu blog. Gostei muito.
A CMC foi um passo importantíssimo para nós, que vivemos a Cultura dessa cidade, mas não pára por aí. Fiquemos ligados que ainda teremos muito chão pela frente.
Abraço.
Postar um comentário