No último fim de semana acompanhei o maridão numa sessão nostalgia no You Tube. Jovem na década de 60, ele curtiu coisas que eu, criança, conheci no colo dos irmãos maiores. Como algumas músicas, que hoje temos oportunidade de lembrar ouvindo uma FM local,cuja programação privilegia sucessos prá lá de mais velhos que eu.
E a pessoa anda nostálgica mesmo. Não pode se dar ao luxo de se deliciar com tais músicas, sob pena de cair num choro copioso, ao recordar o embalo do sono num colinho muito especial sempre à disposição, desde a infância até pouco mais de um ano atrás.
No fim de semana ouvi exaustivamente Everybody's talking, na voz de Harry Nilsson. Enquanto lia, o maridão clicava no play a cada vez que o vídeo chegava ao fim. E não contente em apenas escutar e assistir, acompanhava ao violão. Tentei ao máximo abstrair, mergulhando profundamente na narrativa de Roberto Bolaño em 2666, mas foi inevitável aquela sensação de dor. Mesmo.
Porém, o vídeo em preto e branco que mostra Nilsson no que hoje chamaríamos de cafona, além de me levar de volta a dias que não voltam, também me levou a passear por momentos incríveis dos tempos de menina. Almoços em família; brincadeiras com a melhor amiga da época; choro no colo com febre de sarampo; o padrinho à porta chegando para a festa de aniversário; o vestidinho vermelho feito pela minha mãe com um elefante aplicado no peito; o velocípede; a primeira bicicleta; espera na fila da doutora Efigênia, que tratava das minhas alergias de pele; minha mãe insistindo para que eu comesse (não tinha fome, acredite!); o leite morno na hora de dormir (ou já dormindo).
Embora um pouco triste com os motivos que me fazem lembrar tanta coisa, é bom falar sobre isso.
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2 comentários:
Poxa, muito bom texto, embora eu não tenha nem mais que 25 anos. Traz a mim também boas lembranças, de fatos bons que não voltam mais. Nostalgia...
Liiiiiiiiiiiiindo!
Adoro essas músicas por causa dos meu pai e o povo d'Os Tridimensionais.
Só coisas boas e felizes me vem à cabeça.
Bjs
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