Começa aí uma operação inglória para tentar combatê-la antes que vire uma infecção instalada, com febre e cama. Analgésicos (que não melhoram a dor nadica de nada; é só uma ilusão), antialérgicos, vitamina C, vaporizador ligado, água, água, água e mais água. Tudo em vão. Ela insiste e é mais poderosa que eu.
Passam-se dois ou três dias nessa briga, até que a dor fica alucinante e não me permite mais dormir. Meu rosto incha, exatamente em cima dos maxilares, como se aumentassem minhas bochechas. Os olhos latejam que parecem querer saltar a qualquer momento. O nariz fica permanentemente entupido porque as cavidades perinasais deixam de se comunicar com as fossas nasais, por causa do aumento da mucosa. A cara toda dóóói.
Estou no quarto dia de batalha. O relógio desperta de manhã, tento me mexer para levantar, mas a cabeça não sai do travesseiro. Ela pesa 50 quilos. Tento de novo, mas uma mão imaginária bem grande pressiona meu rosto e me impede qualquer movimento. Fico deitada, de olhos fechados, e eles ardem assim mesmo. “Não dá”, eu penso, “é hora de me entregar”. Pego o telefone para ligar para o trabalho e descubro que estou praticamente sem voz. “Agora não dá mesmo”.
Rolo na cama, escorrego para o chão, me levanto abrindo e fechando os olhos com dificuldade, protegendo-os da luz com a mão. Vou até a cozinha (ainda bem que minha casa é do tamanho de um ovo de lagartixa) mando mais um analgésico goela abaixo e volto para a cama. Ali fico até quase meio-dia.
Nesse ínterim pipocam problemas de ordem familiar, meu telefone não para de tocar e mal consigo falar de tanta dor. E então, desisto de brigar. Como sempre acontece, ela me vence e sou obrigada a me render ao antibiótico. A velha e boa companheira amoxicilina. Só ela até agora é realmente capaz de detonar com as bactérias e fungos que se alojam nas minhas cavidades perinasais para que eu possa, enfim, me livrar da dor e poder respirar normalmente.
Impossível trabalhar. Desconheço alguém que, com uma dor desse tamanho, consiga equilibar a cabeça em cima do pescoço, olhar para a tela do computador, escrever, raciocinar. Você pode não acreditar, mas esse texto saiu em menos de 30 minutos e já estou pedindo arrego. Agora, cama de novo. E um fim de semana assim, assim.
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3 comentários:
Eu fico assim... só que em menor escala!
Convivo com várias pessoas que tem esse problema, graças a Deus não tenho, pq do jeito que o tempo anda seco, imagino que realmente seja difícil.
bj
Como eu sofro! Caramba!!!!
É exatamente assim....
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