24 de novembro de 2009

Posse irresponsável

Avenida Nossa Senhora de Copacabana, por volta de 18h30 de uma terça-feira. Uma mulher passeia com seu cão. Ele para, faz cocô, e ela, imediatamente, retira da bolsa um rolinho de sacos plásticos, do qual pega um para recolher as fezes do animal. Eu também paro pra assistir. Afinal, essa é uma cena rara.

No Rio, o cuidado com o que os animais domésticos deixam pelas ruas é exigido por lei dos proprietários, mas claro que o número de pessoas que obedecem é mínimo. É mesmo uma questão de educação, de respeito ao espaço coletivo. Chamamos a isso de posse responsável.

O indivíduo que decide ter um cão deve estar consciente que o bicho será sempre dele e não da comunidade que o rodeia. É o proprietário quem deve alimentá-lo, levá-lo ao veterinário, oferecer local adequado para que ele viva dignamente, com higiene e condições básicas de saúde e, claro, deve responsabilizar-se pela limpeza de cocô e xixi.

Aqui em Volta Redonda nem lei existe pra isso e, não só os donos de animais levam seus bichos pra fazer cocô na rua, como há muitos que soltam seus cães para escolherem livremente em que calçada vão deixar suas fezes. Morei em um condomínio da cidade no qual um médico muito conhecido e respeitado fazia isso diariamente: soltava seu lindo poodle para fazer cocô. E o cachorrinho dele gostava justamente da minha calçada. E o quintal do doutor, claro, sempre limpinho e cheiroso.

É muito fácil viver em sociedade desta forma, delegando à coletividade o ônus por nossas escolhas. É por isso que ainda vemos muitos cães abandonados por aí e, infelizmente, vamos ver por muito tempo, pois está longe o tempo em que viveremos num ambiente educado. O cara compra ou adota o animal, fica de saco cheio com o trabalho que dá e, sem pensar duas vezes, o deixa na rua. Fico curiosa por saber o que pensa uma pessoa que toma essa atitude, além de cruel. Se ele não foi capaz de dar conta de sua responsabilidade, acha que quem será?

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4 comentários:

Cessel disse...

No seu caso eu não pensaria duas vezes e jogar o cocô na calçada do tal médico.

Thaissa Costa disse...

Concordo com vc. Em barra Mansa a situação não é muito diferente e, sem contar, a quantidade de cachorros que ficam soltos nas ruas. Pior ainda é quem dá comida aos cachorros, mas não os coloca para dentro da casa. Resultado: cães nas ruas, sem vacinas e sujando tudo!

CS Empreendimentos Digitais disse...

Cuidado com animais em geral vem de casa. Se vc cuida de suas coisas vai cuidar bem do seu animal.
Tem gente que compra o filhote na feira e esquece que ele vai crescer - e os cocôs também! - e vai dar trabalho mesmo. É como se fosse um filho: fica doente, tem que levar para vacinar, tem que dar banho, comida e por aí vai.
Aí o cara fica de saco cheio e solta o bicho pra ele fugir ou então larga o pobrezinho no quintal, abandonado e muitas vezes amarrado.
Acho que esse mau trato em casa é bem pior do que fazer um cocozinho na calçada... Opa! Mas isso não quer dizer que concordo com quem leva o cãozinho pra passear e deixa o rastro no meio do caminho!

Anônimo disse...

OI Giovana,

agora em Volta Redonda temos a lei 4.580 do Vereador Soró que determina no art 7º: "O condutor de qualquer animal em via pública é o responsável pelo recolhimento dos dejetos produzidos pelo mesmo " .A lei já está em vigor e o Vira-Lata está trabalhando para o seu cumprimento, pois inclusive detemina atendimento gratuito para todos os animais domésticos de VR.
No site www.vira-lata.net as pessoas podem verificar a lei na íntegra.

Grande beijo,

Liz Guimarães , Grupo Vira-Lata.