Ao reler meus textos, num momento em que colocava minha produção em ordem, achei esse que reproduzo abaixo, escrito em 2006. Achei tão atual que decidir trazer pra cá, embora ainda há muito o que mudar daqui para a frente.
Muito tive que aprender e apreender nestes dias em que o destino preferiu trabalhar sozinho. Foram e ainda são dias de sofrimento, confesso. E como são longos estes dias, semanas, meses. Horas e horas intermináveis pensando, reavaliando, rememorando, planejando, conhecendo, reconhecendo, vivendo, morrendo, ressuscitando, matando, compreendendo, aceitando, sucumbindo, sobrevivendo.
Nesta, digamos, atividade mental, fiz algumas descobertas interessantes. Perdi e ao mesmo tempo ganhei tanto, que passei a questionar o que é importante. O que importa pra mim pode não importar para o resto dos outros. E vice-versa.
Têm muita importância pra mim a minha paz interior, minha casa, meu filho, meu amor, família, bichos, plantas, saúde, ser transparente, amigos, trabalho, livros, ser franca, meu computador, satisfação pessoal e profissional, sexo com amor, ser sincera, sapato confortável, dormir bem, honestidade, a lua, beijo na boca, cantar, a água do mundo, a saúde do mundo, a educação do mundo, a cultura do mundo, fim de semana, banho de mar, um dia de sol, um dia de frio, gozar, fazer o que gosto, ter o direito de dar importância ao que considero importante.
Conheço gente que ainda dá importância a comentários de vizinhos, virgindade, casamento pra vida toda, mesmo que infeliz, carro do ano, aparências, mesmo que sem dinheiro, vida dos outros, sexo dos outros, satisfações a dar, mesmo que para desconhecidos. Com todo o direito.
Ainda não me sinto velha, nem deveria. Mas a idade e estes dias que o destino tomou em suas mãos foram cruciais. Um excelente aprendizado, por certo. Bom descobrir que posso simplesmente sentir, sem ter que pensar; fazer, sem me obrigar; não fazer, sem me culpar; virar as costas, sem medo; amar sem reservas e sem vergonha; me importar com tudo isso; ou nada disso.
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3 comentários:
As pessoas ainda se importam com coisas pequenas que as privam de crescer. O que seu texto traduz, tamlvez a alma pura, sem inveja que possui, a reprovação aqueles que ainda buscam no outro, na vida dos outros um motivo para viver, quem sabe fale entre linhas da inveja.
Espero que as pessoas possam reconhecer e conhecer quem são, que possam buscar um significado da vida, que olhem para si e se sintam realizadas, sem necessidade de saber da vida dos outros, sem se prender a materialidades, sendo sincera e revelando ao mundo o que pensam e o que são. Sem censura, assim como você.
Que Deus possa ajudar a mim, a você e ao mundo aprender a nos conhecer, a descobrir nosso interior...
bjos
acho que eu já li esse texto!
lindo, como todos os seus escritos.
Ah eu lembro bem desse texto!
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