16 de novembro de 2008

Um elefante condenado à morte

Por Environmental Graffiti - PEA

Os circos com animais estão diminuindo em número, principalmente por causa de campanhas contra estes estabelecimentos e o tratamento prestado a estes animais. O debate de se os animais são ou não servos das pessoas para seu entretenimento é grande, mas inegável é a forma como a maior parte deles sofre em circos espalhados pelo interior do Brasil.

Geralmente quando um animal de circo fere ou mata uma pessoa ele é condenado a morte, mas em vários países já existem santuários e locais específicos onde estes bichos podem ficar. Isto não era uma realidade no ano de 1916, quando o circo Sparks Brothers chegava à cidade de Kingsport, nos EUA. Junto com o circo vinha Mary, uma elefante de 30 anos de idade e cerca de 5 toneladas. Red Eldridge era a pessoa responsável pela alimentação do elefante entre os shows e em um destes intervalos ele rasgou a orelha de Mary com um gancho de boi, enfurecendo-a. Mary pegou Red com sua tromba e o arremessou contra o bebedouro, depois esmagando-o contra seu peso.

Isso foi o necessário para causar um pânico geral nas pessoas da cidade, que clamavam pelo sangue de Mary gritando "matem o elefante!" Um ferreiro local sacou uma arma e atirou contra Mary, mas a pele de um elefante é muito grossa para ser perfurada por balas normais. O xerife local "prendeu" ela ao lado da cadeia da cidade e exigiu que o dono do circo garantisse que ela não maltrataria ninguém. Várias cidades também se manifestaram dizendo que não aceitariam o circo caso Mary estivesse viva.

Os donos do circo decidiram então que a melhor saída seria matar o elefante de forma apoteótica, transformando o assassinato de um animal em um espetáculo para todos. Eles resolveram enforcar Mary com um guindaste industrial, mas à primeira tentativa não deu certo, pois a corrente não segurou o peso dela e se partiu, derrubando-a e quebrando seu quadril. Na segunda tentativa ela morreu e deixou todo mundo feliz.

Como as pessoas podem cobrar de um animal selvagem a mesma punição dada a um criminoso que conhece as leis e tem consciência da vida em sociedade? Se você pensa que o caso de Mary teve este fim somente porque foi em 1916 saiba que até hoje o sacrifício é o fim dado a muitos animais de circo "condenados" por crimes.

Animais de circo geralmente têm sua origem relacionada a alguma situação traumática, como a morte de parentes ou a separação brusca de suas famílias. Eles têm origem de selvas, zoológicos ou até mesmo de outros circos e nunca são tratados como deveriam pela sua fisiologia. Ursos nunca andariam de bicicleta, leões não passariam em círculos de fogo e elefantes não ficariam em pé imitando bípedes.

Como resultado disso, eles apresentam muitas vezes distúrbios comportamentais graves como auto-mutilação, coprofagia (comer as próprias fezes) e constante abanar da cabeça só para citar alguns. Este autêntico estado de loucura pode ser visto em diversos animais de circo.

Veja neste link uma lista de circos que têm animais e não vá neles caso um deles visite sua cidade. Não sou contra a atividade circense, mas só a aprecio em circos que utilizam apenas humanos. Saiba também que diversas cidades do Brasil como São Paulo, Recife, Olinda e Florianópolis já proibiram o uso de animais em circos. Infelizmente Salvador não faz parte desta lista, mas quem sabe um dia esta atrocidade seja banida de todo o país.

Se você é contra os espetáculos da crueldade, clique aqui e ajude a imprdir a aprovação de uma lei no Congresso que regulamenta o uso de animais em circo.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Fiquei estarrecida com a história do elefante que foi enforcado... e às vezes penso se Deus, o Criador fez bem em nos dar a supremacia entre os animais... A inteligência, sem a sensibilidade, não basta!