30 de novembro de 2010

Fim de ano

Planos para agora

Amanhã é 1º de dezembro. Dia que tradicionalmente se acendem as luzes de Natal, que se montam as árvores e presépios. Embora por aqui os mais empolgados já tenham decorado suas casas, sempre foi no primeiro dia de dezembro a chegada oficial do que chamamos espírito natalino. Já no início de novembro era possível ver iluminação, guirlandas, bolinhas e árvores em portas e janelas dos mais apressadinhos.

Toda vez que escrevo sobre este período levo bronca de um monte de gente à minha volta. É que não gosto do fervo insano, principalmente no comércio, e fico profundamente irritada por não conseguir andar nas ruas, entrar nas lojas e comer em restaurante no fim de semana. É Nataaaaaaaaaaaal e por isso todo mundo se vê no direito de enlouquecer.

Também não compreendo aquela quantidade exorbitante de comida nas mesas de Natal. Aliás, pelos menos entre as pessoas que conheço só se pensa em comida quando se trata da organização do encontro em família na noite de 24 de dezembro. “Você leva o pernil, eu levo frango, fulana vai levar bacalhau ... maionese, farofa, rocambole, peru, arroz, rabanada, frutas da época e importadas, churrasco, muuuuita bebida...” E o Natal, que para mim deveria ser outra coisa, vira uma comilança que chega a dar náusea. E a mesa acaba ficando lá, com as sobras que ninguém dá conta, nem no dia seguinte. Pra quê?

Mas, longe de parar neste lugar de repugnância que sempre me vejo nesta época, preferi fazer um exercício interno de alegria suprema, para conseguir encerrar meu ano satisfeita. Afinal, apesar das perdas familiares sofridas nos últimos meses, minha saúde está perfeita, com meu filho idem, meu trabalho se desenvolve cada vez melhor, lancei meu primeiro livro e, às vesperas do Natal, estou de mudança.

Decidi fazer antes o que todo mundo planeja para fazer depois. Ou seja, não estou projetando nada para 2011; tudo o que posso estou realizando agora. A vida me pede isso, com urgência, e sigo fazendo. Em pleno movimento comercial de compra de presentes, lá estou eu, enfrentando filas e tumulto para comprar utilidades domésticas para a minha casa nova, onde pretendo estar quando brindar a chegada do novo ano.

E percebo que este exercício tem sido muito saudável. Não estou nem um pouco angustiada com planos, projetos e desejos, muito menos frustrada por terminar o ano sem muitas realizações. É claro que a viagem ao exterior, a casa na praia, o carro do ano e perder 15 quilos não saem dos sonhos. Porém, por enquanto, executo o que posso e fico plenamente satisfeita. Penso, logo faço. E garanto esta tal felicidade que muita gente diz que não existe, mas que está aqui dentro, bombando.
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8 comentários:

Tadeu Freitas disse...

Oi Givana,
muito legal o seu texto, cada dia mais a realidade, do que você escreveu, se explicita, mas ainda olhamos mais para dentro das lojas do pra dentro de nós mesmos, a grande maioria de nós, não dá a menor chance a si mesmo de perceber que todo esse furdunço das festas de final de ano, estão a cada dia mais, fazendo menos sentido.

Parabéns

Carol Cunha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carol Cunha disse...

Eu tenho que admitir que A-D-O-R-0 esta época do ano!! Me sinto feliz por nada e por tudo!! Minhas melhores lembranças de infância aconteceram nesta época: A falação na casa da minha vó, os parentes que vinham de longe, os presentes às vezes desejados às vezes nem tanto (mas que meu pai fazia parecerem sempre maravilhosos, desdobrando-se em efusivos discursos!! heheh), as rabanadas sempre gordurentas!!! Mas Nuncaaaaaaaaa vou me esquecer de um ano em especial: O ano da carta do Papai Noel!! Não me lembro ao certo se acreditava mesmo no bom velhinho. Acho que queria acreditar. Enfim, neste ano meu pai caprichou e redigiu uma linda carta em um papel amarelado e a enrolou para parecer pergaminho e pregou sobre a árvore de Natal, onde logo abaixo estavam nossos desejados presentes. Nossaaaaaaaaaaaaaa foi indescrtível acordar e ver aquela gigantesca carta toda trabalhada e tantos presentes ali nos esperando!! Tenho saudade dessa alegria infantil, da caixinha de sonhos que guarda toda infância. É por isso que me sinto sempre bem nessa época do ano, haja o que houver!! Sempre sinto que é possível e saudável acreditar, sonhar, esperar boas coisas.

Grande abraço Mami 2!! heheh

Debora Martins disse...

Giovana, como sempre, seus textos são maravilhosos.
Só para compartilhar, sugiro a quem tiver oportunidade, a leitura do texto "Decretos de Natal" de Frei Beto. Só para se ter uma ideia dos pensamentos dele sobre Natal, segue um único parágrafo: "Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos. Papai Noel será malhado como Judas e, lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino Jesus."
Mas, como dia 24 de dezembro é dia do meu aniversário, comemorarei com a família e talvez tenhamos algum desperdício para o dia seguinte (risos).

Calino disse...

..."consegui fazer um exercício interno de alegria suprema, para conseguir encerrar meu ano satisfeita"...
Esse pequeno texto de sua crônica para mim já valeu como um presente de Natal.
Calino

Paulo Enselmo disse...

Olá Giovana,

O Natal sem dúvida, é uma das datas mais bonitas do ano, mas concordo quando você diz que temos que realizar os nossos sonhos ao invés de idealizar apenas projetos.

Grande abraço

Paulo Enselmo

artedodesenrolo disse...

O Natal, do momento família dos tempos primórdios, virou apenas mais uma festa pra motivo de bebedeira e pegação, não que eu não goste, mais a cada ano que passa, mais perde a tradição. Quanto ao planejamento pra 2011 e etc, realmente, é melhor não deixar pra amanhã o que você pode fazer hoje, pessoas vivem assim, até eu mesmo, é estudar pra uma prova na véspera, começar uma dieta na segunda, enfim, um erro, parabéns pela atitude.

Wellington Freitas disse...

Giovana, adorei: Penso, logo faço... Beijos
Wellington