24 de maio de 2010

Caríssima vizinha,

Ainda não são 8 da manhã de um domingo e você me acordou. Nada contra despertar neste horário, mas hoje é domingo, eu não trabalho, portanto poderia abrir meus olhos natural e lentamente na hora em que meu corpo não quisesse mais continuar dormindo. Mas, não. Você levantou cedo e quer que o mundo a acompanhe. Também não tenho nada contra a sua alegria em curtir o fim de semana, afinal, também acordo de bom humor e gosto, sim, de ligar meu som logo que saio da cama. Pra eu ouvir.

Ouço rádio, CD, ligo o computador onde também tenho muitas canções de que gosto. Danço e canto sozinha pela casa, faço minhas faxinas e as músicas embalam meus dias. Porém, tenho certeza que daí, da sua casa, você não tem ideia do que escuto aqui nas minhas caixas de som. Tento ao máximo respeitar a individualidade dos que me cercam e creio que não devo obrigar ninguém a ouvir o que ouço, muito menos aturar o meu gosto musical.

Você gosta de funk (e como gosta!), de pagode, de axé e de padres-cantores-midiáticos. Eu não gosto. Prefiro um bom rock and roll, MPB ou um pop rock, e você nem sabe disso. Meu aparelho de som fica no meu quarto, de onde posso escutá-lo com tranquilidade de qualquer cômodo da minha casa, que é pequena. Suas caixas ficam na sua janela, viradas pra fora. E as minhas tremem quando você liga a sua música.

E quando você resolve se deleitar com seu som à noite, a minha vontade é de sair de casa. Não posso assistir à tv, ler ou trabalhar. Como eu disse, minhas janelas tremem e as paredes vibram. Fecho a casa toda e infelizmente nada adianta. Tenho que esperar pacientemente até que você mesma se canse.

Levando para o lado legal da coisa, caso você não saiba, o excesso de ruído que causa dano à outra pessoa, a qualquer hora do dia, especialmente em zona residencial, constitui abuso do direito e, portanto, é um ato ilícito. E qualquer vizinho aqui das redondezes pode resolver processá-la. Não sei se teria coragem de fazer isso; seria um desgaste desnecessário. Acredito ainda que seja possível você reconsiderar, pensar um pouco no bem estar alheio e se propor a “não fazer aos outros aquilo que não gostaria que fizessem com você”. Poderia ser mais interessante. Que tal?

Cordialmente,

Sua vizinha.
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9 comentários:

Unknown disse...

Querida: trata-se carência. Sua vizinha precisa ser notada. Releve. Ore. Se não funcionar, risos, "chame síndico"! Sofri de um mal parecido. Resolvi o problema com um pouco menos de paciencia. Perdi o amigo, ganhei a paz! (risos)

Rildo Barros disse...

Gente que horror. Vai ter que reclamar. Atualmente sou síndico do meu prédio e tenho que contornar muitos problemas de relacionamento. É difícil, mas nada como diálogo.

festamixturada disse...

É uma situação delicada, pois pelo jeito "escutar" não é muito o dom da vizinha. Aqui embaixo do meu ap, sofro com os carros tunados nos fins de semana.
Eu procuraria conversar e mostrar educadamente os limites do bom senso. Caso houvesse um impasse e a DJ do lar não concordasse, partiria para os direitos processuais. O que Freud não explica, Lampião resolve. ;)

CS Empreendimentos Digitais disse...

Posso copiar e enviar como carta anônima pra minha vizinha que adooooora²³²³ Calypso???

Underson disse...

Que bela idéia, Giovana!
Acho que vou escrever uma carta dessas para um vizinho aqui que eu costumo chamar de "Funkeiro Corno", isso porque escuta só funk e música sertaneja...
Já pensei em resolver o problema com um tiro de escopeta, mas acho que a carta seria mais sensato...

Abraço.

Antonio Otávio Espíndola disse...

Se ela acorda antes das 8h00min para botar música é por que dorme cedo; logo se vc botar música depois das 23h00min ela estará durmindo.
Que tal a idéia?
Aposto que ela entenderá e não mais imcomodará os outros.

Anônimo disse...

Não sei se entendi bem, mas me parece que você mora numa casa e não num apartamento, onde se tem para quem reclamar: o síndico. Até eu já fui síndica e sei que é obrigação do cargo, tomar as providências e sanar a questão por bem ou por mal (qdo se aplica multas, penalidades, etc). Achei o máximo a sua idéia de escrever uma cartinha para a vizinha, ainda mais com esse tom bem-humorado que você empregou. Vou ficar torcendo pra que ela caia em si e mude o seu comportamento. Você está no seu direito de reclamar. Parabéns!

Unknown disse...

Gente, isso é um caso para o Conciliador do Fantástico! rsrsrs Brincadeiras a parte, uma falta de educação tremenda, né?! Eu parto do princípio que música alta só serve em boite e mesmo assim é necessário ter dois ambientes, para os ouvidos descansarem. Converse mesmo com sua vizinha, quem sabe adianta!

Regina Vilarinhos disse...

Tem jeito. Abrfa um chamado no 156. rsrs. Sério, é só fazer anonimamente. Na primeira vez, ela recebe uma notiifcação, na segunda é multa. Exerça sua diplomacia mas também garanta a sua cidadania. A vida é muito curta pra gente ser roubada na nossa paz. Beijos.